“Toda cadeira parece ser a estilização de uma atitude para a vida”
(Gerrit Rietveld, 1930)
Esta frase, do criador da famosa cadeira “red-blue”, de 1918, talvez sintetize o processo no qual a ideia de que arte deveria ser usada e não apenas admirada. Este conceito amadureceu na tangente do desenvolvimento das artes aplicadas, constante em um período que começou a ser requisitada a ideia de que qualquer objeto de uso cotidiano, mesmo um simples ferro de passar roupa, um rádio a válvulas ou até mesmo um automóvel deveriam ter suas densidades artísticas esteticamente trabalhadas e valorizadas, mesmo que tivessem um caráter apenas decorativo.
Estávamos em um momento mágico em que a aparente e histórica contradição entre artesanato e produção em massa parecia ter sido definitivamente superada graças a retumbante vitória da revolução industrial. Estávamos em um período em que o mundo começou a girar mais rápido, e a simplificação trazida pela modernidade e pela explosão urbana criava um conveniente contraponto à complexidade oceânica de novas informações e incertezas em relação ao futuro. E isto foi um fenômeno mundial. O modernismo teve os seus agentes, que de uma forma ou de outra formaram uma vanguarda na sociedade, e ajudaram a pincelar a consciência do “novo espírito” de Le Corbusier.