John Graz; Abstrato; Guache sob papel; 1969.
Acervo Instituto John Graz.
O mercado de arte movimenta bilhões de dólares ao redor do mundo todos os anos. No entanto, muitas obras que circulam por leilões e exposições não têm sua autenticidade comprovada. Isto é um problema para muitos proprietários, já que eles podem ser surpreendidos no momento de uma futura venda.
As particularidades desse mercado dificultam a fiscalização e o controle do comércio, que muitas vezes é utilizado para ações ilícitas, como a circulação de obras falsas, lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Uma alternativa interessante para aqueles que compram e que querem se assegurar é providenciar um certificado de autenticidade emitido pela Instituição responsável pelos direitos autorais da obra.
Um mercado de US$63 bilhões
Em 2015, um montante de US$63.8 bilhões foi movimentado na compra e venda de obras de arte. Apesar da cifra impressionante, houve um encolhimento de aproximadamente US$4.4 bilhões em relação às vendas do ano de 2014. Esses dados foram levantados e apresentados pelo Relatório do Mercado de Artes Tefaf 2016, uma pesquisa anual realizada pela tradicional feira de Maastricht, na Holanda.
Os números podem assombrar aqueles que estão distantes do mercado das artes, mas é familiar para os que têm alguma ligação com essa área. Esse é um território comum para diversos galeristas, compradores e artistas acostumados com a valorização de certos tipos de arte, bem como com a desvalorização de outras técnicas e vanguardas. Essas pessoas muitas vezes têm base empírica e conhecimento técnico para avaliar as obras.
Obras falsificadas
No entanto, muitas obras falsas circulam por leilões, presenciais ou na internet, além de ocuparem espaços em galerias e enfeitarem diversas paredes pelo mundo. A compra de uma obra exige um nível de conhecimento do artista em questão, seus traços, suas técnicas, suas fases, seus temas e sua assinatura, o que não é fácil de saber. Muitas pessoas descobrem na hora da venda que a obra que ficou em sua parede por anos é falsificada.
Na cidade de Campinas, interior do estado de São Paulo, a polícia federal fez uma apreensão de aproximadamente 500 obras falsificadas em um galpão, em 2016. De acordo com as autoridades, elas eram vendidas em um site de leilões. A investigação teve início a partir da denúncia de um comprador que desconfiou da autenticidade de uma obra do artista plástico Inos Corradin, adquirida nesse leilão. De acordo com o próprio artista, além dessa obra, outras 36 podem ter sido falsificadas.
Outro exemplo recente de falsificação aconteceu na cidade de Belo Horizonte (MG), em 2014. Investigadores da polícia mineira apreenderam 14 obras, em duas galerias da cidade, que plagiavam “os traços, ideias, formas e cores” do artista plástico Fernando Vignoli. O artista tomou conhecimento dessa situação quando alguns clientes o procuraram para informar que estavam sendo vendidos quadros idênticos aos dele pelas ruas da cidade.
O certificado de autenticidade é um documento importante para dar credibilidade à obra, mas também deve ser um ponto de atenção, pois ele não deve ser tomado como verdadeiro de saída. Recomenda-se entrar em contato com a Instituição responsável por emitir o documento para verificar sua numeração e autenticidade. Muitas vezes, além das obras, alguns certificados também são falsificados.
De acordo com o autor do livro Lavagem de Dinheiro por Meio de Obras de Arte, Desembargador Fausto Martin De Sancti, um dos principais problemas no controle dessa atividade é a não regulamentação, ou até mesmo ausência de controle por parte das agências governamentais. Outro fator determinante para esse mercado é a facilidade de transportar uma obra. As alfândegas e controles nacionais muitas vezes não conseguem encontrar as obras que são facilmente escondidas. No caso, é muito mais fácil transportar uma obra do que toda essa quantia em dinheiro vivo.
Certificação de obras
Por uma questão de segurança, sempre é bom certificar-se da autenticidade da obra que será adquirida. Para tanto, exigir um documento da instituição responsável pelos direitos da obra é necessário para dissipar futuras dúvidas e também para agregar valor. Vários Institutos que preservam a memória dos artistas realizam certificação para comprovação de autenticidade, por exemplo: Instituto Antônio Poteiro, Instituto Alfredo Volpi de Arte Moderna, a Associação Cultural “O Mundo de Lygia Clark”, dentre outros.
O Instituto John Graz também tem essa prática desde sua fundação. Mesmo que você já tenha uma obra do John Graz, é possível certifica-la por meio do site. Com base em uma análise qualificada desses dados, realizada por especialistas, as obras são avaliadas e a autenticação é confirmada ou refutada. Basta enviar um e-mail para contato@institutojohngraz.org.br